CRP-12 presente no 1º Congresso Brasileiro de Psicologia e Migração (CBPM)

CRP-12 presente no 1º Congresso Brasileiro de Psicologia e Migração (CBPM)

No dia 25 de junho foi celebrado o Dia do imigrante no Brasil. A data foi escolhida para coincidir com as comemorações da Semana da Imigração Japonesa no país no século XIX. A imigração é um traço importantíssimo para a formação da sociedade brasileira e as sucessivas chegadas de imigrantes e refugiados tornam o Brasil um dos países com maior diversidade cultural no mundo.

 

Atualmente, Segundo dados da Agência da ONU para Refugiados no Brasil, somente em 2023, foram acolhidos mais de 710 mil pessoas deslocadas à força de países afetados por crises como Venezuela, Haiti, Afeganistão, Síria e Ucrânia.

 

A questão dos refugiados é um tema sensível para a Psicologia e nesta última semana, entre os dias 19 a 21 de junho, o Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina — 12ª região participou do 1º Congresso Brasileiro de Psicologia e Migração (CBPM), realizado em Belo Horizonte (MG).

 

O evento foi organizado pelo Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG) e Conselho Federal de Psicologia (CFP) com a parceria de diversas regionais e demais entidades, como a PSIMIGRA, coletivo de profissionais da Psicologia que atuam com migração. “Foi um encontro muito potente com a presença de vários representantes da maioria dos Conselhos Regionais, que puderam dialogar com organizações da sociedade civil e de organizações vinculadas a grupos de imigrantes de vários países”, destacou Yara Maria Moreira de Faria Hornke (CRP-12/08685).

 

Durante os três dias foram realizadas conferências, minicursos e mesas, além da apresentação de trabalhos. A programação contou com a realização do 1º Encontro do Sistema Conselhos de Psicologia sobre Migrações, Refúgio e Apatridia no dia 19 de junho.

 

O encontro foi marcado pela presença de importantes nomes, como Samah Jabr, psiquiatra, psicoterapeuta e escritora, chefe da Unidade de Saúde Mental do Ministério Palestino que escreve sobre as consequências traumáticas da ocupação israelense na saúde mental dos palestinos e Hyatt Omar, jovem brasileira-palestina, psicóloga e ativista da causa Palestina, que por meio das redes sociais, educa as pessoas sobre orientalismo, culturas árabes, islamismo e geopolítica, além de outros 60 palestrantes.

 

A programação completa do 1º Congresso pode ser assistida aqui: https://www.youtube.com/watch?v=RxItRu3StGQ&list=PL6VBOOgphuCAauYglypN1WgeeyvBfkTfC

 

De acordo com Yara, “as falas das palestrantes que atuam diretamente junto aos palestinos em Gaza, na África Ocidental, e dos venezuelanos e haitianos que chegam ao Brasil, abordaram questões decorrentes das guerras em curso no mundo atualmente e dos desastres ambientais, que obrigam as populações a abandonarem seus países e se deslocarem pelo mundo”, argumentou.

 

Ela explica que no evento, foram abordadas questões práticas do acolhimento de imigrantes e refugiados, apresentando uma visão crítica sobre as políticas públicas em vigor, e sua evolução nos dois últimos governos no Brasil. “É evidentemente um dos problemas da Psicologia na atuação nos equipamentos públicos, que devem focar no trato das necessidades desta população quando ingressam no nosso território e quando são inseridos em nossos equipamentos vinculados ao SUS e SUAS”, disse.

 

Também foram apresentadas questões relacionadas às dificuldades de comunicação, decorrentes das diferenças da língua, dos costumes de cada povo, que, consequentemente, impacta no campo da saúde mental. “Falamos de questões práticas e de princípios sobre o nosso fazer, relacionadas aos direitos humanos, à diversidade, às questões de gênero, de como, por exemplo, atender famílias crianças e adolescentes que vivenciam situações limites decorrentes de guerras ou situações de enfrentamento de desastres ambientais”, refletiu a presidente. 

 

Situação em SC

 

A presidente alega que em Santa Catarina ocorrem situações similares desde quando chegaram ao nosso território um volume de famílias de haitianos e senegaleses recrutados por indústrias e frigoríficos no Estado. “Presenciamos momentos tensos e críticos, com episódios violentos de xenofobia e mortes.”

 

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