CRP-12 participa de seminário sobre Resolução 01/1999 e destaca avanços na luta pela despatologização da vida
Em comemoração aos 25 anos da Resolução 01/1999, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou um seminário em Brasília para discutir o impacto da medida que representa um marco na luta pela despatologização davida no Brasil e no mundo.
O evento ocorreu nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, no Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), reunindo psicólogas, ativistas, pesquisadoras e figuras políticas em debates intensos e críticos sobre temas como diversidade, direitos LGBTQIA+, interseccionalidade e os desafios contemporâneos da Psicologia.
De Santa Catarina, representando o Conselho Regional de Psicologia — 12ª Região (CRP-120, participou o colaborador da Comissão de Gênero e Sexualidade (CGS) do XI Plenário, Ju de Oliveira (CRP-12/2271). “Apesar de se caracterizar uma celebração, o evento se construiu a partir de um lugar de resistência e se desenvolveu com crítica social e o entendimento de que, o movimento da categoria precisa seguir para acompanhar as experiências da comunidade LGBTIA+”, argumentou Ju.
O seminário também proporcionou um espaço de articulação entre profissionais e conselhos regionais. “Além da programação oficial, ocorreram diversos movimentos independentes onde pudemos construir conexões e propostas de atuações conjuntas das comissões de diferentes CRs”, complementou.
Celebração e Resistência
A quinta-feira foi marcada pela mesa Institucional, que contou com a presença da secretária nacional do Ministério dos Direitos Humanos, Symmy Larrat, influente voz na defesa dos direitos LGBTQIA+. Em seguida, foi realizada a conferência magna de abertura, com Miguel Roselló-Peñaloza, coordenador da Comissão de Gênero e Sexualidades da COLPSI e o presidente do CFP Pedro Paulo Bicalho, com o tema: “Marcos Legais sobre Direitos Humanos da População LGBTQIA+ a partir da Resolução CFP 01/1999: conjuntura brasileira e Internacional.
Reflexões e Conexões para o Futuro
A programação do segundo dia iniciou com a cerimônia de entrega do Prêmio João W Nery, uma homenagem a personalidades que contribuíram para a luta pelos direitos LGBTQIA+. O seminário prosseguiu com painéis que abordaram desde ferramentas de atuação fora do campo tradicional da Psicologia até as interseccionalidades e a violência enfrentada por pessoas LGBTQIA+.
O segundo painel teve como tema as violências e interseccionalidades, com destaque para a presença de Niotxaru Pataxó, representante indígena LGBTQIA+ no Ministério dos Povos Indígenas, que apresentou a realidade das comunidades originárias e a necessidade de políticas públicas específicas para esse grupo.
À tarde, o debate voltou-se aos impactos diretos da Resolução 01/1999 e outras normativas no campo da Psicologia, incluindo avanços e lacunas ainda presentes na atuação profissional.
Encerramento e Movimentos Paralelos
O evento foi encerrado com uma mesa mediada por Pedro Paulo Bicalho, na qual Céu Cavalcanti, Secretária de Saúde Mental da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e Alessandra Almeida do CFP refletiram sobre a trajetória da Psicologia brasileira na luta contra a patologização das identidades LGBTQIA+.
(Com informações do CFP)