CRP-12 participa de Encontro Nacional do CREPOP
Entre os dias 17 e 19 de outubro de 2024, Brasília sediou o Encontro Nacional do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). O evento reuniu coordenadores, técnicos e conselheiros do CREPOP de todo o Brasil para o balanço das atividades de 2024 e para o planejamento do próximo ano.
De Santa Catarina, participaram a conselheira e coordenadora do CREPOP Paula Helena Lopes (CRP-12/13135), a coordenadora-técnica do CRP-12, Sara Evaristo de Lima Melo (CRP-12/16485), a psicóloga assistente-técnica do CREPOP/SC, Pâmela Lunardelli Trindade (CRP-12/15712) e a psicóloga pesquisadora do CREPOP/SC, Sandra Mara da Silva Monteiro (CRP-12/ 01786). De acordo com Pâmela, este evento é importante para a avaliação das atividades realizadas ao longo do ciclo de pesquisa, permitindo que as equipes identifiquem os principais resultados e aprimorem seus métodos de trabalho para o próximo ano.
Avanços e desafios na pesquisa de campo
Um dos temas centrais do encontro foi o trabalho realizado pelo CREPOP no levantamento sobre os Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTPs) no Brasil. A pesquisa investigou a situação dessas instituições, incluindo a quantidade de hospitais em operação, o número de profissionais da psicologia atuando nesses locais e as equipes que acompanharão os egressos. Segundo Pâmela, o levantamento de dados sobre os HCTPs enfrentou obstáculos devido às questões legais e burocráticas, exigindo, em algumas situações, acionar a Lei de Acesso à Informação. “Esse tipo de pesquisa exige esforço contínuo, desde a identificação de responsáveis até a obtenção dos dados em campo. O panorama nacional obtido será significativo para o CFP organizar uma ação de inspeção nacional nessas instituições”, explicou.
Modernização metodológica e novos recursos para a gestão
Outro ponto de destaque foi a discussão sobre a revisão metodológica do CREPOP, cujas diretrizes atuais datam de 2012. Pâmela ressaltou que a metodologia vigente precisa de atualizações para contemplar o uso de tecnologias e formatos digitais, como entrevistas online, que já fazem parte das práticas modernas de coleta de dados, e a diversidade dos campos estudados. Um grupo de trabalho com representantes das cinco regiões do Brasil está responsável pela reestruturação metodológica, com previsão de entrega até meados de 2025.
A revisão metodológica visa fortalecer o papel do CREPOP como recurso de gestão, capaz de apoiar as diretorias e plenários dos conselhos regionais com ações mais integradas às políticas públicas. Na avaliação de Pâmela, a atualização da metodologia permitirá que o centro seja utilizado de forma mais eficaz nas ações e tomadas de decisão dos conselhos. “O CREPOP é muito conhecido por fazer pesquisa e participar da elaboração das referências técnicas, mas a gente possui conhecimento técnico de po lítica pública, então podemos auxiliar com projetos de orientação com a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF), realizar investigações locais, fomentar a participação no controle social, entre outras atividades estratégicas”, argumenta.
Combate ao assédio
Questões relacionadas ao assédio no ambiente de trabalho já haviam surgido em encontros anteriores, todavia, neste encontro o assunto se tornou uma pauta amplamente discutida entre as participantes, que relataram situações de assédio e violência no ambiente de trabalho nos conselhos regionais. Este movimento levou a Rede CREPOP a organizar propostas de enfrentamento ao assédio moral e discriminações no âmbito do Sistema Conselhos que serão apresentadas no próximo Congresso Nacional de Psicologia (CNP). Esta iniciativa é considerada inovadora e representa um marco na organização coletiva das trabalhadoras do Sistema Conselhos de Psicologia.
Perspectivas para 2025
Ao final da reunião, foi apresentado o plano de trabalho do CREPOP para o próximo ano, com ênfase no Prêmio Nacional de Práticas de Cuidado em Liberdade, que objetiva dar visibilidade a práticas psicológicas exitosas realizadas no âmbito da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) e alinhadas à luta antimanicomial; na continuidade das pesquisas sobre políticas públicas; realização de consultas públicas e publicação de referências técnicas; assessoria às conselheiras nas questões relativas a políticas públicas; e na implementação de uma metodologia modernizada que aproxime ainda mais o centro das demandas sociais.